Massas, sopas, bolos, pinhão, carne e bebidas quentinhas fazem da gastronomia sulista um arsenal de combate ao frio. Conheça as melhores comidas típicas da região e saiba onde encontrar cada uma delas.

Barreado

Esse é um prato típico do Paraná, e é imperdível: um cozido de carne bovina muito bem temperado com cominho e outras especiarias, que vem acompanhado de arroz e banana. Para saber onde comer o barreado mais famoso do estado, vá para a cidade histórica de Morretes, pertinho de Curitiba, onde ele é servido em todos os restaurantes, a la carte ou incluído em rodízios bem em conta. 

Churrasco

Claro que ele é o primeiro da lista. O churrasco é a bandeira gastronômica do Sul do país, um pouco pela tradição da preparação, um pouco pela qualidade da carne, que costuma ser mais macia. Por mais que as churrascarias sejam muito procuradas por quem chega de fora, os sulistas garantem que o churrasco mais típico é o feito em casa mesmo, que respeita o ritual da preparação, reunindo a família ou os amigos do final da manhã ao começo da noite, batendo papo, assando a carne lentamente e tomando uma cervejinha.

Xis gaúcho

Como o nome já diz, ele até é encontrado nos outros estados do Sul, mas é um prato típico do Rio Grande. O enorme pão "massinha", levemente adocicado, vem recheado com molhos, alface, tomate, milho, ervilha, cebola, ovo, queijo e uma carne a escolha: gado, frango, bacon, strogonoff, camarão... quem quiser tudo junto e misturado pode optar pelo "x-entrevero", que não deixa nada de fora do sanduíche. Tudo é prensado na chapa e servido geralmente acompanhado de batata-frita. Vale por uma refeição. Em Porto Alegre, a mais tradicional casa de xis é o Cavanhas, que serve lanches enormes encobertos de batata acompanhados de maionese caseira.

Cuca

 
Esse pão doce coberto de farofinha crocante é encontrado nos três estados sulistas, herança dos alemães que colonizaram a região. Pode vir simples, com requeijão ou com geleia, e vai bem tanto para acompanhar o café (ou mate) da tarde quanto no churrasco, consumido com linguiça (!). O bolinho é tão tradicional que algumas hamburguerias, como o Cuca Haus, de Porto Alegre, servem o hambúrguer dentro dele. O contraste de sabores é inusitado, mas delicioso.

Massas

 
Elas são tão típicas que rodízios de massa são bem comuns na região. Herança dos italianos que chegaram lá no século 19, as massas do Sul vão muito além do espaguete a bolonhesa que a gente come por aí. Uma das mais gostosas é a tortéi, triângulos de massa fresca e artesanal recheados de abóbora. Outra opção bem tradicional é o capeletti in brodo, massa recheada de carne ou frango que é servida no próprio caldo, quase como em uma sopa. Um dos melhores lugares para provar essas delícias é a Serra Gaúcha - principalmente para acompanhá-las de um bom vinho local.

Tainha Escalada

Fruto do mar em Santa Catarina vai ser sempre a melhor pedida, seja ele qual for: peixe, lula, camarão, siri... Mas não há prato que seja mais a cara do litoral catarinense do que a Tainha Escalada. Na receita, o peixe é aberto, salgado e colocado ao sol para secar - mais ou menos como se faz com o Bacalhau. Depois desse processo, é assado na brasa e servido com acompanhamentos. 

Mate, chimarrão ou tererê?

 
Chimarrão no Rio Grande e Tererê em Santa Catarina: ambos são "mates", bebidas montadas com erva-mate, servidas na cuia e tomadas com uma espécie de "canudo", a bomba. Mas não se engane, porque eles são bem diferentes. Além da disparidade no formato da cuia e da bomba, o tererê é uma bebida servida com água fria (há quem tome até com suco!), com uma erva que pode vir saborizada com limão ou hortelã, por exemplo, enquanto o chimarrão é servido quente com erva pura, mais amarga. A bebida fria dos catarinenses é muito apreciada também no Paraguai, enquanto a quente, gaúcha, é um costume compartilhado com uruguaios e argentinos.

Pinhão

 

Olhando assim, de relance, é difícil acreditar que a semente da Araucária, dentro dessa casca marrom pouco atraente, seja tão gostosa. Mas é. De dentro da pinha, vem uma massinha branca muito consumida no Sul, principalmente no inverno, tanto pura quanto em receitas de carnes, massas, risotos e doces. Para comer a semente, é necessário cozinhá-la bastante para que fique macia e consumí-la ainda quente, com um pouquinho de sal.