A Preikestolen ou Prekestolen pode parecer um cenário inventado de um filme medieval, mas ela existe mesmo: é uma falésia de 600 metros de altura em Forsand, na Noruega. Também é conhecida como Pulpit Rock, ou Pedra do Púlpito, devido ao formato plano e quadrado.

A sensação de estar lá em cima e a vista inacreditável dos fiordes noruegueses estão, provavelmente, entre as coisas mais incríveis que você vai ver na sua vida - mas o caminho é longo e exige planejamento e alguns cuidados. Confira essas dicas de como chegar e quando ir à Preikestolen (ou mais importante ainda: quando não ir à Preikestolen!) e saiba quanto custa visitar o ponto turístico mais famoso da Noruega.

Por onde começar

A base da maioria dos viajantes é a cidade portuária de Stavanger, terceira maior área urbana da Noruega e quarto município mais populoso do país - apesar dos seus apenas 130 mil habitantes. 
 
Quem chega de avião na capital Oslo, pode seguir para Stavanger de avião ou trem. A viagem de trem dura em torno de oito horas, mas os veículos são bem confortáveis e o trajeto pode ser feito durante a noite - uma boa ideia para quem quer economizar em hospedagem, já que a Noruega é um dos países mais caros do mundo. As diárias de hotéis e apartamentos em Stavanger partem de US$100,00, mas as opções costumam ser muito boas.
 
 
Vale a pena passar ao menos um dia em Stavanger, curtindo a calmaria da cidade, a vista do porto e as ruas de casinhas de madeira bem preservadas, que datam dos séculos XVIII e XIX. Numa delas, no centro, fica o Noodle Noodle, um restaurante asiático de comida boa e, nos parâmetros noruegueses, barata. Uma refeição sai por US$20 a US$25 por pessoa.
 

Quando ir à Preikestolen

O melhor é, definitivamente, visitar a falésia na alta estação, de abril a setembro. Entre junho e julho, o local fica mais cheio, porque o clima é perfeito: a temperatura fica entre 7 e 15 graus, a visibilidade dos fiordes é melhor, o risco de nevasca e chuvas é pequeno e há mais opções de transporte até a pedra. Se você prefere fotos mais exclusivas, sem tantos rostos desconhecidos apinhados ao fundo, comece a trilha de manhã bem cedo ou opte por ir na primavera, entre abril e maio.
 
Evite ao máximo o período entre novembro e fevereiro. O parque abre de qualquer forma, mas a trilha está vazia, não há transporte público e as temperaturas negativas e as poucas horas de luz solar tornam o trajeto perigoso.
 

Como ir

Em qualquer estação, a entrada na Preikestolen é gratuita. Você só gasta para chegar até lá. Saindo de Stavanger, é possível chegar de três formas na trilha que leva à falésia:
 
1, de carro, pela estrada, contornando o mar;
2, de carro, pelo mar, começando o trajeto com um ferry boat, que sai do porto de Stavanger até a cidade de Tau, seguindo do porto de Tau ao estacionamento da trilha também de carro, pela estrada;
3, sem carro, pegando o ferry boat até Tau e, lá, fazendo uso de táxi ou ônibus do porto de Tau até a trilha.  
 
Comecinho da trilha, que mostra o mapa e a elevação até lá
 
O ferry boat sai o ano todo, independente da estação, e a passagem não precisa ser adquirida com antecedência, bastar pagar na hora para os fiscais. O trajeto dura cerca de 40 minutos e o ticket single, para um adulto, custa cerca de US$7,00, enquanto o ticket de um adulto + carro custa a partir de US$50,00.
 
Já os ônibus que levam do porto de Tau até a trilha não saem o ano todo. Eles circulam somente na alta temporada, entre abril e setembro, e custam cerca de US$20,00 pelo trajeto de ida e volta - com horários específicos e pontualíssimos. 
 
Na baixa temporada, não há ônibus até a trilha. Tem quem pegue outro ônibus, em direção à Joperland (ele também passa no porto de Tau), e, de lá, faça o percurso de quase dez quilômetros até o começo da trilha a pé. Considere que é uma subida - e que, depois, ainda tem mais os quase quatro quilômetros da trilha propriamente dita, até o topo da Preikestolen. E, mais ainda: que depois tem que voltar tudo isso, também a pé.
 
 
Outra opção é pegar o mesmo ônibus até Joperland e, de lá, pegar um táxi para percorrer os quase dez quilômetros até o começo da trilha. O preço vai ser salgado - pode esperar gastar mais de 100 dólares pela corrida. O melhor é tentar combinar com o taxista um horário de retorno, já que subir e descer a trilha vai ser bem desgastante e fazer essa longa caminhada na volta, com o corpo cansado, é má ideia. 
 
Em tempo: nós fomos em março, na baixa temporada, sem carro e, depois de voltar da falésia, não conseguimos táxi de volta. A solução foi vagar pelo estacionamento da Preikestolen no meio de uma chuva de granizo implorando para desconhecidos uma carona de volta para o porto de Tau. Não recomendamos a experiência :P 
 
Por todos esses motivos, recomendamos ou visitar a falésia na alta estação, usando o ferry boat até Tau + ônibus do porto até a trilha, ou na baixa estação, alugando um carro em Stavanger e usando a opção ferry boat até Tau + carro do porto até a trilha
 

Cuidados importantes

A subida da trilha tem quase quatro quilômetros e demora de duas a três horas, dependendo do seu condicionamento físico. Não é a coisa mais difícil do mundo, mas está longe de ser uma trilha fácil, principalmente para quem vai na baixa estação. Muitos trechos são bem íngremes, com pedras altas e pode haver gelo e neve no caminho
 
Começa facinho, mas a neve no caminho não ajuda muito, não
 
O começo da trilha é bem demarcado, com passarelas de madeira, mas ao longo do percurso, ela vai ficando mais aberta. A demarcação é discreta, feita em grande parte com riscos da letra T em vermelho, nas pedras.
 
As letras T vermelhas nas pedras são, em alguns pontos, a única sinalização da trilha
 
Na alta temporada, tem muita gente subindo, o que facilita a localização. Na baixa, a paisagem muda, há menos luz e pouca gente no local. A atenção à sinalização deve ser redobrada, porque você pode não ter a quem seguir. 
 
 
Use roupas térmicas, sapatos adequados e leve garrafinhas de água, um lanche, frutas e um saquinho para trazer o lixo de volta com você. Não esqueça de carregar capas à prova d'água, para você e seus equipamentos eletrônicos. 
 
Se optar por visitar a Preikestolen no outono, tenha em conta de que a temperatura fica abaixo dos 5 graus e, na altitude, a sensação térmica é ainda mais fria. Já no inverno, repetimos: o recomendado é ficar em casa, no conforto do sofá, vendo a pedra em vídeos no Youtube como esse aí, ó: