Alter do Chão é um dos destinos mais surpreendentes do Brasil. O pequeno vilarejo na região do Baixo Amazonas no Pará, a 40 minutos de carro de Santarém (cujo aeroporto serve de hub para os viajantes que rumam para Alter), ficou famoso há alguns anos, quando foi retratado em uma revista britânica como "o Caribe do Brasil".

Alter forma muitos destinos em um: banhado pelo rio Tapajós, é um destino de praia perfeito na alta temporada e um destino amazônico de observação de fauna e flora inacreditável na baixa. Além de ser um local pitoresco e muito diferente, Alter é um ótimo destino para a vida do pós-covid: é um local de passeios ao ar livre, com baixa lotação e poucas chances de aglomeração, mesmo na alta temporada.

Separamos algumas dicas para ajudar você a organizar sua viagem pra Alter do Chão:

 

1. Se puder, fique hospedado no centro da Vila

Alter do Chão possui um pequeno centrinho, que concentra a maior parte das hospedagens em alguns quarteirões. Há uma boa oferta de hotéis fora dali, a maioria com estrutura melhor que os centrais e alguns com ambiente mais natural, em meio à mata, com visitas frequentes de pássaros e macaquinhos. Isso acaba sendo bastante atraente na hora de buscar por um lugar para ficar.

Mas vale saber que esse centrinho é o coração da vila: é onde ficam as lojas, o pequeno mercadinho, os restaurantes, bares, o ponto de táxi, as agências de passeios, as saídas de barco... Por melhor que seja o hotel escolhido, se ele fica distante e não oferece refeições e insumos básicos, é provável que você tenha que frequentar a vila o tempo todo, e esse vai e volta pode ser desgastante.

Isso porque é muito calor para fazer caminhadas longas (não há "cidade" entre os hotéis afastados e o centrinho, ou seja, é necessário caminhar em estrada de chão ou no acostamento da rodovia), não há ônibus turístico conectando esses locais e os táxis cobram preços fixos, partindo da faixa de R$20 o trecho.

Pela praticidade, é mais fácil hospedar-se no centrinho ou próximo dele, podendo fazer tudo a pé; ou escolher um lugar mais afastado, em meio à natureza, e alugar um carro para facilitar os trajetos.

2. Saiba o que procura no destino antes de escolher a data de viagem

A paisagem de Alter do Chão muda muito ao longo do ano. No segundo semestre, acontece o período de secas e a alta temporada de Alter do Chão. Com a seca dos rios, as faixas de areia branca vão aparecendo e o local vira um destino de praia. Isso começa a acontecer a partir de agosto.

Em setembro e outubro, as praias estão com exuberância total: pequenas ilhas espalhadas pelos rios, águas clarinhas e a famosa Ilha do Amor, praia central de Alter, já com bastante espaço para os turistas. Entre novembro e dezembro, a seca atinge seu ápice, o que pode afetar algumas paisagens de praia, que viram extensos campos de areia, sem água.

A partir de janeiro, as chuvas voltam com força total e as praias ficam completamente encobertas pelas cheias dos rios. Nesse momento, que é baixa temporada, Alter vira um destino amazônico de fato, com passeios de barco por igarapés e observação de fauna e flora.

Ou seja, se você prefere curtir as praias, vá entre setembro e outubro. Se prefere observar a vida animal e a fauna amazônica, prefira viajar no primeiro semestre. Vale lembrar que, na alta temporada, a cidade fica mais cara e mais cheia, embora ainda seja um destino relativamente vazio.

3. Ajuste suas expectativas

Alter é um destino simples, de pouca estrutura. Você não vai encontrar restaurantes sofisticados, resorts com entretenimento infantil ou hospedagens luxuosas.

Mesmo os melhores hotéis praticam o pé na areia, a tranquilidade e a simplicidade. O melhor restaurante, a Casa do Saulo, apesar da ótima estrutura, fica sob uma cabana de palha no alto de uma praia deserta. Os passeios, em sua maioria, incluem andar em barcos pouco confortáveis, caminhar bastante no calor extremo... É importante ajustar as expectativas para aproveitar o destino ao máximo, sem frustrações.

4. Reserve a hospedagem com antecedência

Lembra que falamos que a cidade tem pouca estrutura? Pois é. Apesar de já viver um boom turístico há anos, Alter ainda tem poucas opções de hospedagens, e as melhores costumam esgotar muito rápido. Se você for viajar na alta temporada, reserve sua acomodação com pelo menos três meses de antecedência.

Apesar deste lado ruim da falta de opções de hospedagens, há um lado bom: a cidade não comporta muitos turistas ao mesmo tempo e, por isso, costuma ser um destino tranquilo e até meio vazio, mesmo na alta temporada.

5. Evite deixar para fazer compras ou sacar dinheiro no local

Vai passar por Belém, Santarém ou até Manaus antes de ir a Alter do Chão? Pois escolha algum desses lugares para forrar a mochila e sacar dinheiro. Organize-se para comprar desde itens básicos (como protetor solar, shampoo, chapéu, roupa de banho...) até lembrancinhas de viagem (como Cachaça de Jambu, produtos de cacau, artesanato...) antes de chegar em Alter.

Isso é recomendado por duas razões:

1, Alter possui somente um mercado no centrinho, onde os preços são altos pela alta demanda e falta de oferta. Lá também fica o único caixa eletrônico da vila, que, por essa razão, fica sem dinheiro com frequência.

2, o artesanato de Alter do Chão é farto (especialmente na loja Araribá Cultura Indígena, que é sensacional), mas muito caro. Se quiser comprar artesanato barato em Alter, procure as lojinhas de comunidades ribeirinhas.

6. Abrace a gastronomia paraense

Tacacá, pato no tucupi, arroz de jambu, medalhão de filhote, pudim de cumaru... a gastronomia do Pará é uma das mais ricas e diferentes do Brasil. Não tenha medo de provar sabores inusitados e conhecer tudo que o Norte brasileiro tem a oferecer na hora da refeição. Confira aqui os melhores restaurantes de Alter do Chão.