As praias de Pipa, no Rio Grande do Norte, são algumas das mais lindas do Brasil. Em tempos de pandemia, quando as viagens para o exterior ficam mais restritas, o melhor é mesmo conhecer os nossos destinos de natureza e fazer passeios ao ar livre, em segurança.
Mas é bom saber: viajar pra Pipa pode significar tanto férias no paraíso deserto de águas claras quanto uma briga acirrada por um cantinho para o guarda-sol. Também pode custar os olhos da cara tanto quanto pode ser feita no modo budget, bem barato. O jeito para fugir de situações indesejadas e não gastar demais é saber como e quando ir - e o que procurar quando chegar lá.
Quando ir
A época de chuvas na Praia de Pipa vai de abril a julho e, entre agosto e setembro, os ventos são muito fortes. A alta temporada é entre dezembro e fevereiro, e a cidade lota especialmente no Ano Novo e no Carnaval. Para quem prefere tranquilidade e praias mais vazias, o melhor é viajar de setembro (quando as chuvas já cessaram) a novembro, para fugir dos meses de alta temporada, quando os preços sobem vertiginosamente.
Também é bom priorizar viagens durante a semana, principalmente se quiser calmaria, praias quase desertas e o mar todinho para você. Só vale visitar Pipa nos fins de semana ou feriados se seu interesse é fazer festa na cidade lotada. De segunda a quinta, os preços dos hotéis são mais baixos e os passeios são menos concorridos.
Se você pretende viajar por quatro ou cinco dias, por exemplo, vale a pena organizar o roteiro de forma a passar o fim de semana conhecendo a capital potiguar Natal e os dias de semana seguintes ou anteriores em Pipa, para aproveitá-la mais barata e vazia.
Como chegar
Muitos caminhos levam a Pipa, dos mais baratos e trabalhosos aos mais caros e confortáveis. A partir de Natal, que está a 80 quilômetros de distância e é a base inicial da maioria dos viajantes que visitam a praia, o trajeto mais barato é o de ônibus, feito pela empresa Expresso Oceano. Ele sai da rodoviária de Natal, circula em intervalos de cerca de 1h30 de segunda a sábado (com horários reduzidos nos domingos e feriados), custa R$17,00 e demora 2h30 para percorrer o trajeto.
Quem tem mais tempo (e pouca bagagem) pode contratar um passeio turístico a partir de R$35,00 por pessoa na baixa temporada (lembrando que, na alta temporada, os preços tendem a aumentar bastante), que parte de Natal e leva para alguns pontos de interesse até chegar em Pipa, onde o passeio termina, com a opção de ficar por lá ou voltar. Para contratar o serviço, basta passear pela orla da Ponta Negra, principal praia de Natal, ou pela Avenida Engenheiro Roberto Freire, e encontrar quem o ofereça. Agências de turismo também trabalham com vans que seguem de Natal direto para Pipa, sem paradas.
Grupos de até 4 pessoas que querem mais conforto e conveniência podem contratar um táxi ou uber. O preço para o carro fica em torno de R$150,00 - vale a pena para quem pode dividir o valor com mais alguém. O trajeto demora de 1h30 a 2h.
O que fazer
A Praia do Centro, vila de pescadores bem central na cidade de Pipa, é perfeita para curtir o mar, que é bastante calmo, e os barzinhos pé na areia. A baixa da maré deixa diversas piscinas naturais de águas mornas entre as pedras, enquanto a maré cheia traz o mar já alto para perto dos restaurantes de Pipa que ficam na beira da praia.
Várias praias dos arredores podem ser acessadas a pé, como a Praia do Amor, a cerca de 20 minutos de caminhada pela areia, e a Praia do Curral, também conhecida como Baía dos Golfinhos, um pouquinho mais longe. Essa é a melhor forma de curtir a região sem gastar nada. Os golfinhos que ficam por ali nadam tão perto da praia que é possível avistá-los da areia mesmo. Ao caminhar de uma praia a outra, fique de olho na subida da maré e em caminhos alternativos por dentro da cidade, para não ter problemas na hora de voltar.
Também são oferecidos passeios de escuna e de lancha (preços a partir de R$40,00 por pessoa, na baixa temporada) para visitar as principais praias por mar, além de trajetos de buggy e de quadriciclo.
Cuidados importantes
Em Pipa, a maré sobe muito rápido ao entardecer e cobre os bancos de areia, impedindo a passagem. Ao fazer passeios e caminhar para áreas mais distantes, considere o tempo que você vai demorar para voltar. É importante considerar esse fenômeno natural para não acabar ilhado longe do seu hotel.
Outro cuidado importante é evitar ficar na areia em locais muito próximos das encostas e das falésias que, devido à erosão, podem se soltar e cair. É um fenômeno raro, mas é melhor não correr o risco.
Onde ficar
Carro não é muito útil nessa praia potiguar - as atrações são próximas umas das outras, o Centro é pequeno e as ruas, estreitas. A opção mais viável é deixar o carro na garagem e hospedar-se no Centro de Pipa. Dessa forma, dá para caminhar até as praias durante o dia e, à noite, jantar nos arredores do hotel a pé, sem preocupações. Opções simples de hospedagem, reservadas com antecedência, custam a partir de R$50,00 por pessoa na baixa temporada. Até quem prefere lugares mais luxuosos, reservando nessas condições, consegue boas opções com diárias a menos de R$100,00 por pessoa. Um dos lugares mais bacanas é o Serhs Villas da Pipa, com chalés aconchegantes de dois andares, munidos de jardim, churrasqueira e piscina privativos, a poucos minutos de caminhada da praia e do Centro. Em setembro, em virtude da baixa temporada, a reserva para duas pessoas sai em torno de R$180,00.