A blogueira e professora de italiano Juliana Moreti, do Turistando.in, viajou meio ano pela Itália e não cansa de visitar o país. Ela separou para a gente um roteiro cultural de expert, partindo de Roma e passando pelas cidades mais visitadas, para apreciar o que há de mais lindo na Velha Bota.
 
Infelizmente, o Coronavírus COVID-19 acertou a Itália em cheio e o país foi muito afetado pela crise. De qualquer forma, a Itália continua sendo um dos países mais incríveis do mundo pra gente viajar - só vamos ter que esperar mais um pouquinho. Enquanto não podemos ir para lá fisicamente, confira aqui as dicas da blogueira para já ir sonhando com sua viagem para lá!
 

Roma e Vaticano: 4 dias 

Roma, a cidade eterna, respira arte, religião e antiguidade. A cada passo, tropeçamos em uma igreja, com dedinho de algum dos grandes mestres do barroco ao lado de alguma ruína romana. 
 
Defini, neste roteiro, quatro dias na capital italiana e na cidade papal, mas o ideal é sempre mais - eu visitei três vezes e tem ainda muita coisa para conhecer! Como a cidade é grande e abastecida por apenas duas linhas de metrô, o ideal é se planejar para otimizar bem o seu dia.  
 
Dia 1: Separe o primeiro dia para conhecer a parte norte de Roma, que vai do Vaticano até a Piazza del Popolo. Inicie pelos museus do Vaticano, vá para a igreja e termine nesta piazza, pois apreciar o pôr do sol a partir do Pincio será inesquecível!
 
 
Dias 2 e 3: Faça o “miolo” da Roma turística. Aqui você encontrará o Pantheon, a famosa Fontana di Trevi, a Piazza Navona (destaque para a Fontana dei 4 fiumi, no centro da praça) e muitas praças e igrejas cheias de obras de artes. 
 
 
Dia 4: Hora de se perder pela Roma Antiga, onde reinam o Coliseu e o Fórum Romano. Mas tem outros locais bem interessantes para visitar neste pedacinho histórico também!  
 
 
Museus por Roma: qual visitar primeiro?
 
Há vários museus maravilhosos, mas, se você tem pouco tempo, defina prioridades. O mais imperdível de todos é o complexo de Museus do Vaticano. O segundo melhor museu, na minha opinião, é a Galeria Borghese, no parque homônimo. O destaque vai para o Rapto de Proserpina (ou melhor, para o "agarrão de Plutão na coxa de Proserpina"). Quem prefere antiguidades pode ir direto para o museu Capitolino, com muitas relíquias da Era Romana.  

Florença: 2 dias 


(foto: Juliana Moreti)

De Roma, pegue um trem até Florença, a cidade d’arte. Aqui viveram grandes famílias mecenas e estiveram diversos mestres do renascimento. Até hoje, é possível visitar as casas dessas famílias. Preste atenção nos brasões presentes do lado externo.  
 
Mais uma vez, dois dias é o mínimo para visitar Florença. Se você não pretende entrar na Galleria degli Ufizzi ou no imenso jardim do Palazzo Pitti (com o Jardim dos Boboli), é tempo suficiente. Quem pode ficar um pouco mais, eu aconselho a fazer esses dois passeios também.
 
Destaque: não deixe de admirar o panorama da cidade na Piazza Michelangelo, ver o Ponte Vecchio, o Duomo com a magnífica cúpula do gênio Bruneleschi, a Praça da Signoria, com a réplica do David de Michelangelo e a Loggia da Senhoria (um pátio cheio de esculturas originais).  

Toscana: 3 dias e meio 


(foto: Juliana Moreti)

O auge do romance é alugar um carro e zanzar pelas cidades medievais que compõe essa fantástica região, mas também dá para conhecer algumas delas de trem ou ônibus. Dá uma olhada: 
 
Comece por Pisa e Lucca, cidades vizinhas que merecem de meio dia a um dia inteiro da sua viagem. Muita gente faz bate e volta de trem a partir de Florença.
 
Siena, que exige no mínimo um dia inteiro, é rica em arte e história e possui um centro histórico lindíssimo: podemos circular pelas suas ruas labirínticas e estreitas dentro de seu muro e imaginar como era a vida séculos atrás.
 
San Gimignano é para passar metade de um dia: ela é chamada de Manhattan medieval, devido às torres que enfeitam o panorama. Se encontra no alto de uma colina, fechada por muros. Fui para lá de trem após minha visita à Siena. Desci na estação de Pogibonsi e na praça principal, peguei um ônibus que sobe até a cidade. 
 

(foto: Juliana Moreti)
 
Por último, passe um dia inteiro em Cinque Terre, que não faz parte da Toscana e sim da Liguria, mas tem muita gente que faz um bate e volta partindo de Florença ou de Pisa. Riomaggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza e Monterosso al Mare são os povoados da costa lígure que compõe as cinco terras do nome. 

Veneza: 2 dias 


(foto: Juliana Moreti)

Novamente de trem, você pode seguir até a estação Santa Lucia em Veneza. A Sereníssima, como é conhecida, oferece muita riqueza escondida em seus becos e vielas labirínticas. Fiquei três dias lá e me deixei perder. Pelo amor de Baco, não use GPS em Veneza! Perder-se faz parte da experiência! :P
 
Veja aqui onde comer em Veneza, com dicas para não cair em golpes!
 
Destaques: Entrar na Basílica de São Marco, ver os relógios da Praça São Marco, se perder pelas ruas e atravessar suas inúmeras pontes.  
 
Depois dessa visita, peguei um vaporetto e segui para as ilhas de Lido, Murano e Burano. 

Verona: 2 dias 

Verona é famosa por ser a cidade dos personagens fictícios de Shakespeare, Romeu e Julieta, mas ela tem muito mais. Considerada uma das mais lindas da velha bota, Verona tem a encantadora Arena, que muito se assemelha ao Coliseu, o castelo e inúmeras igrejas. 
 
Destaque: Uma das pontes mais lindas que eu já vi se encontra aqui: é a Ponte Scaligero, ou Ponte do CastelVecchio.

Milão: 1 ou 2 dias 

Milão, a capital financeira italiana, é uma cidade tão cosmopolita que muitos passam reto. Apesar de não ter toda a beleza do resto do Bel Paese, Milão tem coisas interessantes para visitar.  
 
Na magnífica Praça do Duomo, o ponto alto é apreciar o Duomo e a Galeria Vittorio Emanuele II; a alguns bons passos dali, dentro do Parque Sempione, você encontra o arco da Vitoria e o Castelo Sforzesco. Para quem curte arte, a cidade oferece a Pinacoteca de Brera e, para quem curte bons restaurantes, a região do Navigli é ótima para comer e beber em Milão.
 
Quem visitar Milão por um dia e achar que já está de boa, pode pegar um trem e fazer um bate e volta para o enorme Lago de Como, de origem glacial, com uma vista incrível da Lombardia, ou para a comuna de Bergamo, para conhecer sua arquitetura histórica e suas ruelas estreitas.